...
Somente uma parra... de Maria Teresa Branco
Canto de Mim Mesmo XLVIII
Já disse que a alma não é mais do que o corpo,
E disse que o corpo não é mais do que a alma,
E nada, nem Deus, é maior para uma pessoa do que ela própria,
E quem caminha duzentos metros sem amar caminha amortalhado para o seu próprio funeral,
E eu ou tu que não possuímos um centavo podemos comprar o melhor que a Terra contém,
E olhar com um só olho ou mostrar um feijão na sua vagem desconcerta a aprendizagem de todos os tempos,
E não há ofício nem emprego em que um jovem não possa converter-se em herói,
E não há delicado objecto que não possa servir de eixo às rodas do universo,
E digo a todos os homens e mulheres: Que a tua alma permaneça tranquila e serena ante um milhão de universos.
E digo à humanidade: Não sintas curiosidade por Deus,
Porque eu que tenho curiosidade por tudo não sinto curiosidade por Deus,
(Não há palavras que possam definir a paz que sinto em relação a Deus e à morte).
Escuto e contemplo Deus em cada objecto, ainda que não O entenda minimamente,
Nem entenda que possa existir alguém mais maravilhoso do que eu próprio.
Porque é que desejaria ver Deus melhor que este dia?
Vejo algo de Deus em cada uma das vinte e quatro horas, e vejo-o em cada momento
que passa,
Vejo Deus no rosto de homens e mulheres e no meu próprio rosto ao espelho,
Encontro cartas de Deus espalhadas pela rua, todas assinaladas com o seu nome,
E deixo-as onde estão pois sei que vá para onde for
Chegarão sempre outras pontualmente.
Walt Whitman
Já disse que a alma não é mais do que o corpo,
E disse que o corpo não é mais do que a alma,
E nada, nem Deus, é maior para uma pessoa do que ela própria,
E quem caminha duzentos metros sem amar caminha amortalhado para o seu próprio funeral,
E eu ou tu que não possuímos um centavo podemos comprar o melhor que a Terra contém,
E olhar com um só olho ou mostrar um feijão na sua vagem desconcerta a aprendizagem de todos os tempos,
E não há ofício nem emprego em que um jovem não possa converter-se em herói,
E não há delicado objecto que não possa servir de eixo às rodas do universo,
E digo a todos os homens e mulheres: Que a tua alma permaneça tranquila e serena ante um milhão de universos.
E digo à humanidade: Não sintas curiosidade por Deus,
Porque eu que tenho curiosidade por tudo não sinto curiosidade por Deus,
(Não há palavras que possam definir a paz que sinto em relação a Deus e à morte).
Escuto e contemplo Deus em cada objecto, ainda que não O entenda minimamente,
Nem entenda que possa existir alguém mais maravilhoso do que eu próprio.
Porque é que desejaria ver Deus melhor que este dia?
Vejo algo de Deus em cada uma das vinte e quatro horas, e vejo-o em cada momento
que passa,
Vejo Deus no rosto de homens e mulheres e no meu próprio rosto ao espelho,
Encontro cartas de Deus espalhadas pela rua, todas assinaladas com o seu nome,
E deixo-as onde estão pois sei que vá para onde for
Chegarão sempre outras pontualmente.
Walt Whitman
3 Comments:
Um poema muito inreressante e que não conhecia.
Estou a reflectir sobre cada frase, umas com as quais concordo, outras que me levam a pensar no Deus que cada um de nós possuí e outras ...
Gostei-
Beijo
O poema encheu-me a Alma...
Fica bem...eu vou estar...
Um poema que nos encanta e consola com a sua serenidade, de um poeta que talvez por falta de traduções capazes é pouco conhecido por cá.
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