domingo, julho 13, 2008

Saga - Ópera Extravagante...

imagem da net
O vento cantava juntamente com os interpretes...
de paredes cobertas a vermelho e roxo, sob as estrelas e o luar, com gaivotas que deram o seu toque de magia e pintaram o meu céu...
Senti novamente vontade de voar e alcançar... Os meus Sonhos...

"Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar"

Mar

Mar, metade da minha alma é feita de maresia,
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sophia de Mello Breyner Andresen


Um Mega-evento estival com encenação de João Brites, que terá lugar no Museu de Marinha (convidando também à redescoberta do amplo pátio interior do Museu, alas Poente e Norte do Mosteiro dos Jerónimos) entre 19 de Junho e 13 de Julho.

A Saga - Ópera Extravagante é um estuário onde desaguam a poesia e a prosa de Sophia de Mello Breyner Andresen - onde flutuam os cânticos, emergem os gritos e viajam as palavras. Onde se contemplam as ondas recorrentes dos afectos e se escutam as histórias que invocam as aventuras passadas, cruzando os oceanos em que a memória navega e o tempo naufraga.

É uma ópera inédita com composição musical de Jorge Salgueiro que envolve cerca de 60 músicos e várias vozes muito distintas, cruzando cantores líricos (como Filipa Lopes, Inês Madeira e João Sebastião) com intérpretes ligados aos universos da música popular (como Francisco Fanhais) ou até mesmo do heavy / rock (como Fernando Ribeiro ou Rui Sidónio, vocalistas dos Moonspell e Bizarra Locomotiva, respectivamente).

A Saga - Ópera Extravagante caminha "nos caminhos onde o tempo / como um monstro a si próprio se devora", e ergue-se "da ordem e do silêncio do universo" para a "infinita liberdade".

Um espectáculo a não perder, definitivamente.

4 Comments:

Blogger João Roque said...

É pena acabar hoje, não é verdade?
Beijinhos.

13 julho, 2008 16:56  
Blogger carpe diem said...

pinguim...

Realmente é uma peça encantadora e num espaço muito bonito... :)

beijinhos...

13 julho, 2008 19:55  
Blogger Maria Laura said...

Não me apercebi do evento, entre tanta oferta que o Verão vai trazendo. E tenho pena. Sophia é uma das minhas paixões.

14 julho, 2008 09:55  
Blogger carpe diem said...

maria laura...

Eu compreendo, e temos "sorte" que não somos um dos paises com mais oferta... :)

Foi um excelente espectáculo...

14 julho, 2008 09:59  

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