A Verdade...
CAFÉ PHILO
DIA 14 de OUTUBRO às 21H00
Na Cafetaria do INSTITUTO FRANCO-PORTUGUÊS
TEMA: A VERDADE / LA VÉRITE ?
Debate em francês e português animado por
Jean-Yves Mercury
Dominique Mortiaux
Nuno Nabais
DIA 14 de OUTUBRO às 21H00
Na Cafetaria do INSTITUTO FRANCO-PORTUGUÊS
TEMA: A VERDADE / LA VÉRITE ?
Debate em francês e português animado por
Jean-Yves Mercury
Dominique Mortiaux
Nuno Nabais
"A noção de verdade pressupõe que não tenhamos, a ela, um acesso evidente e imediato: falaríamos somente de verdade se não houvesse sempre a possibilidade do falso, da dissimulação, do encobrir, do erro, da aparência, da ilusão, da mentira, etc.? Não será necessário notar desde logo que preferimos muitas vezes o nosso conforto à confrontação com a verdade? Porque será? Será que a verdade vem sempre pôr em questão? Terá ela uma relação com a morte? Tudo depende, no fundo, do sentido que lhe atribuímos.
Para a ciência, a procura do verdadeiro é a do que é certo, exacto, objectivo, susceptível de prova. Mas será que o verdadeiro sentido científico esgota a noção de verdade? Quando Cristo diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, a palavra toma um outro sentido, determinado pela relação com a fé, e com um absoluto. No que respeita à filosofia, se remontarmos às suas origens, a pergunta a seu respeito tem origem em Platão numa reflexão sobre o que é um discurso verdadeiro ou falso. A verdade torna-se num modo de pensamento que reside no discurso pronunciando um julgamento. Qual é então a condição de possibilidade do discurso verdadeiro, ou seja o fundamento da correspondência entre o pensamento e o seu objecto, que se apodera do seu ser? Será que existem verdades eternas, absolutas? Ou só é considerado verdadeiro o que revela coerência de um conjunto de propostas, num determinado contexto? Ou de um acordo entre os espíritos, conforme o afirma por exemplo o pragmatismo pelo qual é o sucesso na acção e a convergência das crenças que determinam a verdade? Esta meditação do tipo logico-epistemológico sobre a essência da verdade foi e continua a ser o centro na nossa tradição. Será contudo a única legítima? A Arte deveria, por exemplo, só receber um estatuto de ficção? Ou será que existe uma ligação à verdade, que teríamos então de redefinir? Existem afinal acordos possíveis à volta desta questão entre as abordagens científicas, religiosas, filosóficas, artísticas, ou será que se excluem mutuamente? O relativismo, ou mesm! o o cepticismo, serão eles nesta matéria a &uacu! te;nica possibilidade de escapar ao dogmatismo? Se esta pergunta é inevitável no seio da nossa cultura ocidental, não o será ainda mais em relação às outras civilizações? O nosso tema apresenta-se desta maneira igualmente intimamente ligado à questão social e política.
A exigência de verdade não será também uma condição sine qua non da liberdade? E do respeito pelo outro? O poder não tem, também ele, tendência a mentir? E aquele que não encontrou a sua liberdade a mentir-se a si próprio? Que pensar a este respeito da palavra do Primo Lévi segundo o qual as verdades que incomodam têm sempre um caminho difícil? A exigência do verdadeiro significa contudo o dever de transparência, de tudo saber e de tudo dizer, de qualquer maneira, em qualquer altura? A mentira poderá, sob certas condições ser legítima? È sobre estas e outras questões que vos convidamos a vir debater, num “café filo” onde, como de costume, a dissimulação não está excluída e a sinceridade autorizada. "
Deve valer muito a pena ir assistir...
2 Comments:
Que excelentes perguntas!
Deve ser uma conversa interessante...
Bjs
socrates dasilva...
Deve ser mesmo interessante, ainda não sei se vou lá passar... :)...
beijinhos...
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