quinta-feira, novembro 30, 2006

Amanhecer...

Amanhecer

O sol nasce no olhar de todos
Quando cresce um malmequer
O sonho é que comanda a vida
Sempre que alguém quiser

A guitarra é uma voz sentida
Muito simples de entender
A mensagem de amor eterno
Existe no amanhecer

Yolanda Soares

terça-feira, novembro 28, 2006

Palavras...


Acaso não somos todos nós um retrato
do que pensamos, de todas as decisões
que tomámos até hoje?
Richard Bach in "A Ponte para a Eternidade"

sexta-feira, novembro 24, 2006

Yolanda Soares...




E agora "um casamento" diferente...
Como ficará o fado juntamente com a música clássica?
A resposta aqui...
http://www.yolandasoares.com/

Yusuf Islam / Cat Stevens...

Ao fim de quase 30 anos vamos voltar a ouvi-lo...
Como será ouvir novamente Cat Stevens (agora Yusuf Islam) ?
Do que já ouvi não está assim tão diferente (assumo que fico contente com isso!)...
Ainda bem que há coisas que não mudam!!!
Fiquem com um cheirinho a mar...
http://hype.non-standard.net/track/184655

quinta-feira, novembro 23, 2006

Love...

Love Will Tear Us Apart...

When the routine bites hard
And ambitions are low
And the resentment rides high
But emotions wont grow
And were changing our ways,
Taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
Our respect run so dry?
Yet theres still this appeal
That weve kept through our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just cant function no more?
When love, love will tear us apart again

Joy Division

para quem quiser ouvir pela voz de "susanna and the magical orchestra"
http://hype.non-standard.net/track/194598


Eleni Karaindrou...

Mais um disco desta compositora grega, desta vez um concerto em que Karaindrou reune os temas mais destacados da sua já longa carreira musical. Uma viagem fantástica por bandas sonoras (é uma compositora essencialmente de bandas sonoras) a que Karaindrou já nos habituou a sentir os sons, cheiros e cores das suas composições. Com a qualidade sonora e visual que a editora ECM costuma ter.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Sentidos...


(...)
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...


Alberto Caeiro

domingo, novembro 19, 2006

E ainda...

Esta é para ti...

Sad Lisa

She hangs her head and cries on my shirt.
She must be hurt very badly.
Tell me whats making you sadly?
Open your door, dont hide in the dark.
Youre lost in the dark, you can trust me,
cause you know thats how it must be.

Lisa lisa, sad lisa lisa.

Her eyes like windows, tricklin rain
Upon her pain getting deeper.
Though my love wants to relieve her.
She walks alone from wall to wall.
Lost in a hall, she cant hear me.
Though I know she likes to be near me.

Lisa lisa, sad lisa lisa.

She sits in a corner by the door.
There must be more I can tell her.
If she really wants me to help her.
I`ll do what I can to show her the way.
And maybe one day I will free her.
Though I know no one can see her.

Lisa lisa, sad lisa lisa.

Cat Stevens

Cat Stevens...

Obrigada Amiga por voltar a sentir o que há algum tempo tinha esquecido...

Can't Keep It In
Oh I can't keep it in, I can't keep it in, I've gotta let it out.
I've got to show the world, world's got to see, see all the love
love that's in me. I said, why walk alone, why worry when it's
warm over here. You've got so much to say, say what you mean,
mean what you're thinking, and think anything.
Oh why, why must you waste your life away,
you've got to live for today, then let it go
Oh, lover, I want to spend this time with you,
there's nothing I wouldn't do, If you let me know.
And I can't keep it in, I can't hide it and I can't lock it away.
I'm up for your love, love heats my blood,
blood spins my head, and my head falls in love, oh.
No, I can't keep it in, I can't keep it in, I've gotta let it out.
I've gotta show the world, world's got to know,
know of the love, love that lies low, so
Why can't you say, If you know, then why can't you say.
You've got too much deceit, deceit kills the light,
light needs to shine, I said shine light , shine light.
Love, That's no way to live your life,
you allow too much to go by, and that won't do.
No, lover. I want to have you here by my side
Now don't you run, don't you hide, while I'm with you.
'N I can't keep it in, I can't keep it in, I've gotta let it out.
I've got to show the world, world's got to see, see all the love
love that's in me. I said, why walk alone, why worry when it's
warm over here. You've got so much to say, say what you mean,
mean what you're thinking, and think anything. Why not?
Now why why why not?
Cat Stevens

Beijos & abraços...

Fui ontem ver esta peça.
Uma história em que quatro personagens se cruzam, se perdem, se reencontram, se odeiam (a elas próprias e aos outros!).
Violenta, física e psicologicamente (muito), mas havia também um pequeno lugar para umas frases com humor.
De salientar que o título é uma antítese perfeita!
Os actores eram bons.
Quem poder ver, aconselho.

sábado, novembro 18, 2006

sou lúcido...

Álvaro de Campos, pormenor do mural de Almada Negreiro na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1958)

Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa

Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...),

Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa,
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
Às normas reais ou sentimentais da vida, -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento de justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser , enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,
E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.

Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-me com a Humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se há uma razão exterior a ela?

Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.

Tudo mais é estúpido como um Dostoiévski ou um Gorki.
Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.

Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.

Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão.

Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!

E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.

Eu é que sei, Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro da minha alma!

Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.

Não me queiram converter a convicção: sou lúcido.

Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.

Álvaro de Campos

Mar...

Confesso que sou uma apaixonada pela praia nesta altura do ano!

Passear á beira mar é uma daquelas sensações fantásticas, e aquele cheiro a mar que se cola á nossa pele...

quinta-feira, novembro 16, 2006

melody mountain...


A minha última descoberta chama-se "susanna and the magical orchestra" e o álbum "melody mountain", muito triste mas muito bonito...
http://hype.non-standard.net/track/167138

terça-feira, novembro 14, 2006

Cansaço...

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

segunda-feira, novembro 13, 2006

Novo Google...

Uma nova forma de procura, personalizada e gira... (de preferência com som!)
http://www.msdewey.com/

domingo, novembro 12, 2006

...

Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das coisas...

Cesário Verde

Marillion...



Entre estas duas imagens existe uma distância de 21 anos...
A primeira é de 1985 e a segunda é deste ano...
Fish (ex-vocalista dos Marillion) cantou ontem na Aula Magna, e como foi bom voltar á adolescência e ouvir de novo "Kayleigh" e "Lavender"... O que senti? Não consigo colocar em palavras...
Para quem quiser recordar...
http://www.youtube.com/watch?v=QApuHNFpG4E&mode=related&search

sexta-feira, novembro 10, 2006

Adeus...

E porque neste momento invade-me uma certa nostalgia...

Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Onde quero ir...

Não

Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.

Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar... Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...

Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

Álvaro de Campos

terça-feira, novembro 07, 2006

Paris, Je t`Aime...

O que acontece quando um filme conta vinte histórias diferentes?

Vinte realizadores juntaram cerca de quarenta personagens que poderiam contar a vida de qualquer um de nós...

O centro? O Amor...

L`amour toujours...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Al Berto...

Obrigada pela oportunidade de te conhecer
(ainda temos é que falar sobre os post it amarelos!!!) ...

Há-de flutuar uma cidade

há-de flutuar uma cidade no crepúscolo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

Al Berto

Um dos melhores...

Estou apaixonada...
(pelo menos não tenho dores de cabeça!!!)

Um dos álbuns deste ano é precisamente este!!!
Esta voz e aquela música, a junção perfeita...
(para quem quiser ouvir ou ver http://www.thegift.pt/flash/)

Teatro...


Beijos & Abraços
de Luís Assis
com Luís Assis, Paulo Diegues, Maria Camões e Cláudia Andrade


"Viagem pelas questões da identidade sexual e pelos papéis que se impõem diariamente nas relações escolhidas por cada pessoa, Beijos & Abraços apresenta um casal de homens e outro de mulheres, com cada um dos casais a ter um membro que conhece um dos elementos do outro casal."
in Cartaz Expresso

Vamos ver como será!

A partir de dia 10 no Teatro da Comuna.

domingo, novembro 05, 2006

O caminho...


É incrivel como certas pessoas que nos conhecem há algum tempo acham que sabem tudo sobre nós (se isso muitas vezes nem nós próprios!!!). A verdade é que crescemos, aprendemos e tentamos corrigir os nossos erros. Se neste momento estou a tentar descobrir, novamente, quem sou e o que ficou na estrada da minha vida, não quero julgamentos.
Mesmo...

sexta-feira, novembro 03, 2006

De volta...



E pronto...
Já podem deixar a inveja de lado,
amanhã já é dia de trabalho
(e pelos vistos de chuva também!!!)...

quinta-feira, novembro 02, 2006

Six Feet Under...

"-Porque é que as pessoas têm que morrer?"
"-Para a vida ser importante..."

(frases finais da primeira série Sete Palmos de Terra)

Mais palavras para quê?

quarta-feira, novembro 01, 2006

Qando estou só reconheço...

Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.

E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.

Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.

Fernando Pessoa

"The Devil Wears Prada"

E porque gosto bastante desta senhora (acho difícil não gostar!!!), acabei por ir ver esta comédia (que nem faz muito o meu género, mas acontece que já é a segunda este ano, a primeira foi "Little Miss Sunshine"!)...
Uma das frases que mais me prendeu foi quase no fim, quando Miranda Priestly (Meryl Streep) directora da famosa revista de moda "Runaway", diz á sua assistente Andrea Sachs (Anne Hathaway) que "todos querem ser como nós", ou seja levar uma vida em que o lado exterior, material e até mesmo fútil se sobrepõe a tudo o resto. Ao que Andrea responde, e muito bem, do meu ponto de vista, com um simples virar de costas, dizendo sem palavras, "já não quero mais ir por aí".