segunda-feira, junho 30, 2008

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O que guardamos em nós... de MS e PA

Reconhecimento à Loucucura

Já alguém sentiu a loucura
vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma dos objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir
muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor
que nos faz seguir viagem
sem paragem
nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins
na aula de descer abismos
e fazer dos abismos descidas de recreio
e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigantes
e de outros alienados?
E fazer frente ao impossível
atrevidamente
e ganhar-Ihe, e ganhar-Ihe
a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito
poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas
aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?

Tu Só, loucura, és capaz de transformar
o mundo tantas vezes quantas sejam as necessárias para olhos individuais
Só tu és capaz de fazer que tenham razão
tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar
a quem tas vier buscar.

José de Almada Negreiros
Poemas
Assírio & Alvim

sábado, junho 28, 2008

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Mais palavras para quê???!!!
Chega a ser absurdo ainda ter que o dizer...

Fiquem bem...

sexta-feira, junho 27, 2008

Sete Sóis Sete Luas...


Em Oeiras, a Fábrica da Pólvora de Barcarena é de novo palco do prestigiado Festival "Sete Sóis Sete Luas" (SSSL), já por muitos considerado um clássico na programação cultural do Município de Oeiras.
Esta XVI edição decorre de 27 de Junho a 29 de Agosto, às sextas-feiras, pelas 22H00, no Pátio do Enxugo. A entrada é livre.
Além dos espectáculos, que trazem ao concelho de Oeiras grandes figuras da cultura europeia e mediterrânea, o Festival conta este ano com a realização da Instalação / Exposição «O Exército de Terracota», de Giuliano Ghelli, "um dos maiores sonhadores da pintura italiana", de acordo com a crítica mais prestigiada.
Os espectáculos levarão o público numa viagem ao mundo de sonoridades provenientes dos mais diversos países.
A banda Mish-Mash é a primeira actuar, no dia 27 de Junho, propondo uma interpretação muito original do conjunto de sons que habitam o Mediterrâneo, o mundo médio-oriental e os países de Leste.
A 4 de Julho chega-nos a música da Andaluzia pelo grupo Toma Castaña, sob a direcção de Joaquín Linera Cortés, que representa hoje uma das realidades mais interessantes da nova geografia do flamenco andaluz.
A Sete-Sóis Orkestra actua a 11 de Julho. Esta produção original, idealizada pelo Festival SSSL, conta com a participação de sete prestigiados artistas provenientes das mais diversas culturas musicais enraizadas nos países da Rede Sete Sóis Sete Luas. Os vários espíritos do mediterrâneo reúnem-se na 7SóisOrkestra: sete artistas provenientes da Andaluzia, de Marrocos, de Israel, de Portugal e da Itália.
No dia 18 de Julho é apresentada ao público uma produção original do Festival SSSL, a Med'Set Orkestra, que conta com a participação de sete grandes artistas representativos das diversas culturas mediterrânicas dos países do Festival Sete Sóis Sete Luas. Trata-se de um projecto que nasceu do desejo de dar nova vida, utilizando a música, à ideia da cultura mediterrânica que é comum a todos os povos deste mar, e mais forte de todas as divisões políticas. "Antes de ser português, andaluz, argelino, italiano, grego ou valenciano...nós somos mediterrâneos".
O Circo Dianótico, proveniente de Itália, actua a 25 de Julho. Uma sarabanda de sopros e percussões em volta do acordeão de Clara Graziano levam-nos nesta funambulesca viagem musical entre música popular italiana, balcânica, jazz, evocando a alegria da festa de aldeia e a magia do circo, com o arrepio dos acrobatas, a melancolia dos palhaços e a elegância do equilibrista.
No dia 1 de Agosto, da Sicília chega-nos Mário Incudine. Actor, cantor, músico e compositor são algumas das vertentes artísticas que possui e que o têm feito sobressair no mundo do espectáculo.
A Piccola Banda Ikona e a sua música são uma grande homenagem ao Mediterrâneo, às suas culturas, às suas contradições. Este grupo mediterrânico actua a 8 de Agosto.
Proveniente de Israel, a 15 de Agosto, Call of the Mountain traz antigas melodias provenientes do Monte Meron, sítio onde se encontra enterrado o rabino Simon Bar Yochai, presumido autor do Zohar, o livro que está na base da Cabalá. As festividades do Meron foram sempre cosmopolitas e atraíram judeus de várias origens, árabes e drusos à Galileia.
A característica do repertório é aprofundar as suas raízes numa fascinante mistura de culturas locais da Galileia.
Juan Pinilla, uma das revelações do jovem flamenco andaluso, sobe ao palco a 22 de Agosto.
Autodefinindo-se filha adoptiva da nação celta, Judith, das Astúrias, actua no dia 29 de Agosto. Esta excelente violinista mistura os sons dos "pais" (a tradição) com os sons da modernidade e com uma solidíssima formação musical. Judith descobriu a música irlandesa enquanto acabava a sua formação como primeiro violino da Orquestra Sinfónica da Universidade de Waterford, e é hoje uma das mais importantes representantes da música celta em terras de Espanha.
fonte Guia de Portugal

quinta-feira, junho 26, 2008

Venham à Marcha!

Esta está muito boa!!!
Que chatice encontrar-me neste estado vegetativo/deficiente...
Este ano não há marcha para mim...

quarta-feira, junho 25, 2008

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Dança, Dança, Dança de Haruki Murakami

"Cada ser humano atinge o seu apogeu de maneira diferente, num dado momento. Uma vez alcançado esse ponto alto, é sempre a descer. Fatal como o destino. E o pior é que ninguém sabe onde é que se situa o seu próprio auge. A linha divisória pode desenhar-se de repente, quando uma pessoa pensa que ainda estava a pisar terreno seguro. Ninguém tem maneira de saber. Alguns atingem esse pico aos doze anos, e depois espera-os uma vida perfeitamente monótona e sem chama. Outros continuam sempre em ascensão até à morte; outros morrem no seu máximo esplendor. Muitos poetas e compositores vivem em estado de permanente arrebatamento e estão mortos quando chegam aos trinta anos. Depois há aqueles, como é o caso de Picasso, que aos oitenta e muitos anos ainda pintava quadros cheios de vigor e teve uma morte tranquila, sem saber o que era o declínio. "

in "Dança, Dança, Dança" by Haruki Murakami

terça-feira, junho 24, 2008

Town House Galleria...


Não sáo só Dubai e Abu Dhabi os únicos lugares do planeta a sediar um autêntico e luxuoso hotel sete estrelas, a Europa também entra na lista dos hospedes mais ricos do mundo.
Inaugurado em 2006 no coração da cidade de Milão, o Town House Galleria é ponto de encontro dos turistas com maior poder aquisitivo, que procuram algo mais em termos de hospedagem. Situado na Galleria Vitório Emanuele II, símbolo de elegância e património histórico da humanidade, construído em 1876, o hotel diferencia dos demais pela localização. As características arquitectónicas são marcantes, com tectos pintados à mão e enormes janelas blindadas preservadas para fornecer aos clientes um ambiente único. Uma verdadeira mistura entre o contemporâneo e o tradicional.
O Town House Galleria possui 24 suítes projectadas com uma moderna mobília, um restaurante com excelente cozinha e um requintado Spa. Outra característica é o serviço personalizado. Antes de chegar ao hotel os hóspedes são contactados para atender todas as suas exigências como por exemplo: qual a temperatura ideal do quarto, se ele prefere que a roupa de cama seja em linho ou algodão, que género musical prefere ouvir e assim por diante. Além disso, os hóspedes também têm direito a um mordomo exclusivo para fazer reservas nos melhores restaurantes da cidade, comprar bilhetes para espectáculos, engomar as roupas, e até mesmo engraxar os sapatos, entre outros serviços "indispensáveis".
Os preços das diárias chegam a 800 euros.
Está na altura de ir de férias!!!

sexta-feira, junho 20, 2008

Tori Amos...

1000 Oceans...
Às vezes o que nos separa aproxima-nos...

quarta-feira, junho 18, 2008

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Cavalo Lusitano de Luís Silva

Hoje a "minha miúda" pregou-me uma partida...
Acho que estava cheia de energia e não lhe devia estar a apetecer levar com ninguém em cima...
Resultado... 3 semanas sem trabalhar com uma luxação no ombro...

Mas não te livras de mim tão facilmente...

Até lá Miúda...

terça-feira, junho 17, 2008

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You Believe in Souls? de Paulo A.
“Ao estudar as características e a índole dos animais, encontrei um resultado humilhante para mim.”
Mark Twain
(a tarde de hoje não correu muito bem!!!)

Corpse bride...

"Numa pequena vila vitoriana, reprimida e melancólica, no século XIX, prepara-se o casamento de dois jovens tímidos que ainda nem se conhecem. Victor (voz de Johnny Depp) é filho de Nell e William Dort, um casal que enriqueceu com a indústria das conservas de peixe e aspira a ascender, apesar da sua falta de classe, à alta sociedade. Victoria (voz de Emily Watson) é filha de Mandeline e Finis Everglot, aristocratas de boas famílias, cheios de classe, bom nome e posição social, mas sem um tusto. Para contentar ambos os casais, os Dort e os Everglot resolvem casar Victor e Victoria. E apesar da timidez e contra todas as expectativas, Victor e Victoria apaixonam-se. Mas no ensaio do casamento, Victor atrapalha-se durante os votos e o padre manda-o decorar o texto. Victor embrenha-se então na floresta enquanto vai ensaiando os votos e quando já sabe tudo de cor enfia a aliança numa raiz de árvore. É então que uma bela noiva cadáver (voz de Helena Bonham-Carter) assassinada surge da terra para reclamar o seu noivo e arrasta Victor para a Terra dos Mortos. No entanto, apesar dos mortos serem bem mais divertidos e animados que os vivos, Victor só pensa em fugir da Terra dos Mortos e voltar para os braços da sua noiva Victoria."

PUBLICO.PT

Esta comédia negra mas muito bem animada tal como Tim Burton já nos habituou...

sexta-feira, junho 13, 2008

Pessoa...


120 anos do nascimento de Fernando Pessoa são hoje celebrados...

A Espantosa Realidade das Cousas

A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.

Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.

Alberto Caeiro

Wim Mertens...

Porque de vez em quando é bom voltar ao passado...
"Close Cover" by Wim Mertens...

terça-feira, junho 10, 2008

Angel...

O novo filme de François Ozon...
Depois de "O Tempo que Resta", "5x2" e "8 Mulheres" (só falo destes pois foram os que mais me marcaram) chega "Angel", mascarado de sonho e realidade, mas com uma tenacidade contagiante...

segunda-feira, junho 09, 2008

M-Pex...

Uma das coisas mais fantásticas na música é a sua maleabilidade...
Marco Miranda toca guitarra portuguesa e junta as novas tecnologias... O nome do álbum é Phado...

sexta-feira, junho 06, 2008

Gorecki Symphony No. 3...

Para que o mundo não esqueça...
O passado...

quinta-feira, junho 05, 2008

World Press Photo...

Szigetváry Zsolt, Hungary - Contemporary Issues: 2nd prize singles
Couple targeted in anti-gay violence wait for medical help, Budapest, Hungary

World Press '08 - People in the News: 1st prize stories
Philippe Dudouit, Switzerland, for Time magazine.
PKK fighters, Northern Iraq
Porque ainda precisamos de ver imagens como estas?
Ou porque existe ainda tanta violência?
Até quando?

quarta-feira, junho 04, 2008

La graine et le mulet...

"A minha proposta é quebrar a distância entre o filme e o espectador na sala. Que o espectador estabeleça um laço com o que se está a passar no ecrã", diz o realizador, num encontro com a imprensa internacional em Paris. "Há algo de utópico nisto de dizer que há uma possibilidade de os operários, as pessoas do mundo do trabalho, poderem viver com a elite da sociedade e interessar à elite da sociedade. Essa ideia de derrubar as fronteiras, a distância, o muro, sinto que toda a minha atitude de cineasta vai em direcção a ela. Pelo percurso do meu pai, emigrante, pela recusa das fronteiras, por misturar actores com não actores... Trata-se de diminuir as distâncias. Isso é do domínio da utopia, mas é de tentar. O gesto é mais importante que o resultado. Mas por vezes acontece."
Abdel Kechiche (realizador de "O Segredo de um Cuscuz")

Real é a palavra certa para esta longa metragem...

segunda-feira, junho 02, 2008

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um dia de horizontes... de MS

"Falhar, falhar de novo, falhar melhor"

Samuel Beckett

Anoushka Shankar...

"Teve o melhor dos mestres no seu pai, Ravi Shankar. O grande senhor da música indiana transmitiu-lhe talento e ensinamentos, mas também o respeito pela tradição, que encontramos na sua obra. Anoushka Shankar leva a sua cítara ao CCB (Lisboa), no dia 2 de Junho.
Esse profundo respeito pelas raízes não a impede de deixar o seu trabalho absorver coordenadas da música ocidental. A sensiblidade que coloca nesse delicado encontro é, aliás, uma das marcas mais reconhecíveis. Exemplo disso é o recente "Breathing Under Water", muito aclamado pela crítica.
Neste regresso a Portugal, Anoushka Shankar faz-se rodear de outros grandes intérpretes: Tanmoy Bose (tablas), Ravichandra Kulur (flauta), Leo Dombecki (piano), Barry Phillips (violoncelo) e Nick Able (tampura)."

público.pt

Uma família de talentos...
Hoje no CCB às 21...