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Sábado de luta pelos direitos humanos...
"A melhor de sempre, diz organização
Marcha LGBT reúne mais de mil pessoas em Lisboa
20 Junho 2009"
Marcha LGBT reúne mais de mil pessoas em Lisboa
20 Junho 2009"
"Mais de mil pessoas desfilaram hoje na 10ª edição da marcha do orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) em luta pela igualdade de direitos, fazendo desta a melhor edição de sempre aos olhos da organização.
Debaixo de um sol abrasador, a concentração começou no jardim do Príncipe Real, em Lisboa, onde muitas centenas de pessoas responderam a mais um desafio da ILGA Portugal e deram a cara pela luta na igualdade de direitos entre todos os cidadãos, independentemente da sua orientação sexual.
"Este é um momento simultaneamente de celebração e de reivindicação onde vamos afirmar que o espaço público é nosso e afirmar também que temos, como qualquer cidadão, de ter exactamente os mesmos direitos e vamos mais uma vez reivindicar a igualdade perante a lei, nomeadamente no acesso ao casamento civil", adiantou à Lusa o presidente da ILGA Portugal, Paulo Côrte-real.
Zara Barbosa, travesti, é participante na marcha desde a sua primeira edição, em 2000. "Acho importantíssimo porque é a nossa força e queremos fazer mais força para que se mudem mais depressa as mentalidades das pessoas porque ainda falta mudar muito", justifica.
Ricardo Duarte, por seu lado, vem à manifestação porque se sente um "cidadão de segunda".
"Como homem homossexual acredito que em Portugal vivemos num estado apartheid em que uns têm certos privilégios e direitos que outros não têm e eu contribuo plenamente e cumpro os meus deveres como cidadão, mas como cidadão homossexual, não tenho o direito de usufruir de todos eles que é coisa que, por exemplo, o meu irmão tem", salientou, referindo-se ao facto de não poder casar ou adoptar uma criança.
Ao som de muita música e de palavras de ordem como "Nem menos, nem mais, direitos iguais" ou "Seja homem ou mulher, eu amo quem quiser", a marcha saiu lentamente do Príncipe Real com vista à Praça dos Restauradores.
Para a organização, que à Lusa disse terem aderido mais pessoas do que no ano passado, que então reuniu cerca de mil pessoas, esta é possivelmente a melhor marcha de sempre.
"Não é uma questão de números que é relevante, é sobretudo o entusiasmo que as pessoas sentem e julgo que esse entusiasmo é palpável este ano, em que temos de facto um percurso claro em direcção à igualdade", sublinhou Paulo Côrte-real.
Para o presidente da ILGA Portugal, apesar de entender que muito ainda está por fazer em matéria de igualdade de direitos, desde a primeira edição da marcha, em 2000, a comunidade LGBT já conseguiu algumas vitórias.
"Houve de facto uma alteração substancial em 2004 com a revisão Constitucional que passou a incluir a orientação sexual no conjunto de categorias em função das quais ninguém pode ser discriminado", apontou Paulo Côrte-real.
Com passagem pela Rua São Pedro de Alcântara, Largo Luís de Camões, Rua Garrett, Rua do Carmo, Rossio, a marcha terminou nos Restauradores, onde os representantes de todas as associações envolvidas na organização iriam depois discursar.
A organização deste ano contou com o apoio, para além da ILGA Portugal, da Associação Cultural Janela Indiscreta, a Associação para o Planeamento da Família, os Médicos pela Escolha, a ATTAC Portugal, a Não te Prives, as Panteras Rosa, o Grupo de Católicos Homossexuais, a Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres, a SOS Racismo, a União de Mulheres Alternativa e Resposta e a Rede Ex-aequo."
Debaixo de um sol abrasador, a concentração começou no jardim do Príncipe Real, em Lisboa, onde muitas centenas de pessoas responderam a mais um desafio da ILGA Portugal e deram a cara pela luta na igualdade de direitos entre todos os cidadãos, independentemente da sua orientação sexual.
"Este é um momento simultaneamente de celebração e de reivindicação onde vamos afirmar que o espaço público é nosso e afirmar também que temos, como qualquer cidadão, de ter exactamente os mesmos direitos e vamos mais uma vez reivindicar a igualdade perante a lei, nomeadamente no acesso ao casamento civil", adiantou à Lusa o presidente da ILGA Portugal, Paulo Côrte-real.
Zara Barbosa, travesti, é participante na marcha desde a sua primeira edição, em 2000. "Acho importantíssimo porque é a nossa força e queremos fazer mais força para que se mudem mais depressa as mentalidades das pessoas porque ainda falta mudar muito", justifica.
Ricardo Duarte, por seu lado, vem à manifestação porque se sente um "cidadão de segunda".
"Como homem homossexual acredito que em Portugal vivemos num estado apartheid em que uns têm certos privilégios e direitos que outros não têm e eu contribuo plenamente e cumpro os meus deveres como cidadão, mas como cidadão homossexual, não tenho o direito de usufruir de todos eles que é coisa que, por exemplo, o meu irmão tem", salientou, referindo-se ao facto de não poder casar ou adoptar uma criança.
Ao som de muita música e de palavras de ordem como "Nem menos, nem mais, direitos iguais" ou "Seja homem ou mulher, eu amo quem quiser", a marcha saiu lentamente do Príncipe Real com vista à Praça dos Restauradores.
Para a organização, que à Lusa disse terem aderido mais pessoas do que no ano passado, que então reuniu cerca de mil pessoas, esta é possivelmente a melhor marcha de sempre.
"Não é uma questão de números que é relevante, é sobretudo o entusiasmo que as pessoas sentem e julgo que esse entusiasmo é palpável este ano, em que temos de facto um percurso claro em direcção à igualdade", sublinhou Paulo Côrte-real.
Para o presidente da ILGA Portugal, apesar de entender que muito ainda está por fazer em matéria de igualdade de direitos, desde a primeira edição da marcha, em 2000, a comunidade LGBT já conseguiu algumas vitórias.
"Houve de facto uma alteração substancial em 2004 com a revisão Constitucional que passou a incluir a orientação sexual no conjunto de categorias em função das quais ninguém pode ser discriminado", apontou Paulo Côrte-real.
Com passagem pela Rua São Pedro de Alcântara, Largo Luís de Camões, Rua Garrett, Rua do Carmo, Rossio, a marcha terminou nos Restauradores, onde os representantes de todas as associações envolvidas na organização iriam depois discursar.
A organização deste ano contou com o apoio, para além da ILGA Portugal, da Associação Cultural Janela Indiscreta, a Associação para o Planeamento da Família, os Médicos pela Escolha, a ATTAC Portugal, a Não te Prives, as Panteras Rosa, o Grupo de Católicos Homossexuais, a Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres, a SOS Racismo, a União de Mulheres Alternativa e Resposta e a Rede Ex-aequo."
SV.
Lusa
Lusa
fonte DN
Andreia Sanches
"Comecem a falar com a vossa família. Comecem a sair do armário!", pediu a organização no final
Um casal gay empurra o carrinho de bebé rua abaixo, até ao Largo Camões, em Lisboa. "Não queremos fotografias, nem queremos dar o nome", explica um deles, um homem na casa dos 30, com uma voz tranquila, quando o PÚBLICO lhe pergunta se quer ser entrevistado. Respostas idênticas foram sendo dadas ontem, por alguns casais, que participaram na marcha do Orgulho LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgénero), em Lisboa.
Em dez anos de marchas deste tipo, esta "foi a maior de sempre", segundo as associações que a organizaram - como a Ilga Portugal, a Associação Portuguesa para o Planeamento da Família e a Médicos pela Escolha. "E foi também a mais jovem, a mais diversa", nas palavras de Sérgio Vitorino, da associação Panteras Rosa. Mas ainda são muitos os que como aquele casal que adoptou uma criança no estrangeiro e a levou à marcha "pela igualdade" preferem o anonimato. Pelas mais diversas razões: alguém da família que não sabe da sua orientação sexual, o patrão que não vai gostar de ter um funcionário gay, ou, simplesmente, porque, como diz o homem de voz tranquila, "ainda é cedo para se falar da questão dos casais homossexuais que têm filhos". Será? Entre duas mil e três mil pessoas, nas contas da organização, reclamaram ontem o acesso ao casamento civil. "Casar ou não é nossa decisão." Mas também houve faixas, várias, a pedir o acesso dos casais gay à adopção de crianças: "Amar é amar, direito a adoptar". O ambiente, esse, foi de festa: adolescentes de mão dada, travestis com plumas, música, uma bandeira gigante com as cores do arco-íris. "Viram o Milk? (o filme de Gus van Sant que retrata a história do activista Harvey Milk). Façam o que ele disse. Comecem a falar com a vossa família. Comecem a falar com os vossos patrões, comecem a sair do armário! Este é um ano de luta", disse Sérgio Vitorino quando a marcha chegou ao Rossio, lembrando que este é um ano de eleições. E que o casamento gay é uma das promessas que o primeiro-ministro, José Sócratres, já fez para a próxima legislatura. E houve palmas."
fonte Público
4 Comments:
Concordo que terá sido a marcha mais concorrida de sempre e aquela em que houve menos folclore e as pessoas se assumiram mais na sua normalidade.
Faltou mais música, mais alegria, mas é passo a passo que as coisas se vão fazendo...
Beijinho.
Gostei...principalmente de ver e sentir que se estava ali pela igualdade...
Sem dúvida que sim, a mais concorrida e mais séria também...
Faltou um pouco mais de alegria sim mas estamos no bom caminho ;)...
beijinho...
free_soul...
Exactamente... Há quem diga que isto é um espectáculo desnecessário, não concordo... Estamos a fazer isto para ser desnecessário ser feito daqui a algum tempo... Espero...
beijo...
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